Haiti em Desespero

O Haiti foi de ruim para pior. Já não eram boas as condições socioeconômicas quando, em 12 de janeiro de 2010, um terremoto destruiu o país, deixando seus habitantes sem comida, emprego e abrigo. Além disso, uma epidemia de cólera espalhou-se, comprometendo mais ainda a situação.  
        Por esses motivos, os haitianos começaram a fugir para diversos locais em busca de emprego e moradia. Um dos destinos é o Brasil. Os primeiros registros de haitianos nas fronteiras brasileiras foram em janeiro de 2010.
        As viagens não são fáceis. São feitos longos deslocamentos em barcos, aviões, ônibus e em carros alugados. Eles pagam cerca de 4 mil dólares aos coiotes ( traficantes humanos) e também são alvo de violência e racismo nos países que passam.
        Ao chegarem à fronteira entre Acre, Bolívia e Peru, os migrantes costumam ir à Brasiléia (AC), onde se amontoam em espaços públicos ou em abrigos fornecidos pelo governo. Porém, os alojamentos são sujos, pequenos e não têm luz elétrica. Às vezes eles dormem embaixo de toldos. Além disso, faltam médicos em Brasiléia, onde muitos haitianos necessitam de socorro.
         Os antigos moradores de Brasiléia precisarão conviver com os haitianos e isso pode causar um certo desconforto, uma sensação de que eles estão invadido seu espaço. Talvez esse seja um dos impactos.  
        Outro local para o qual os haitianos se deslocam no Brasil é São Paulo, onde os migrantes amontoam-se no Glicério. Os alojamentos do bairro também não são limpos e estão lotados. Dentro dos abrigos, encontram-se haitianos desempregados, que muitas vezes recebem dinheiro de suas famílias do Haiti.
        Já que os haitianos querem ter um emprego a qualquer custo, alguns empresários se aproveitam e os contratam sem registrá-los adequadamente de acordo com a lei na carteira de trabalho.

        Os deslocamentos populacionais são processos complexos, que envolvem muitas pessoas, muitos interesses, causando grandes transtornos. Não é fácil uma pessoa reconstruir a vida em outro local, assim como não é fácil receber pessoas no seu lugar, seu espaço. Esse deslocamento dá essa ideia, e não existem tantos transtornos, pois quem está se deslocando precisa fazer isso, querendo ou não. 

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